Historicamente
a economia maranhense foi marcada pela convivência entre a agricultura
de subsistência, o extrativismo e pequenos pólos mais dinâmicos voltados
à exportação. Esse modelo econômico não foi capaz de levar o nosso
estado a patamares expressivos de desenvolvimento, nem de romper com a
brutal concentração de renda nas mãos de poucos.
Para superar essa quadro, como os fatos
recentes estão demonstrando, não basta fazer o “bolo” da riqueza crescer
se ele não é distribuído com justiça e eficiência.
No atual momento do Maranhão, marcado por tantas urgências, temos que dar conta de três tarefas fundamentais:
1) expandir o nosso mercado interno,
pela consolidação de atividades econômicas já existentes – por exemplo a
agropecuária familiar e empresarial -, conjugadas às políticas sociais;
2) produzir mais ciência e tecnologia e garantir o acesso dos produtores do campo e da cidade a esse conhecimento;
3) ter uma política industrial inclusiva
e democrática, que liberte o Maranhão da monotonia dos discursos
baseados nos “grandes projetos” redentores.
Essa nova política industrial deve visar
ao adensamento das cadeias produtivas (grãos, pecuária, ferro e
alumínio, cimento, óleos vegetais e produtos oriundos da biodiversidade,
cerâmica vermelha e minérios brancos, entre outras). Em paralelo, precisamos implantar uma
rede de Arranjos Produtivos Locais (APLs), que garantam geração de renda
e mais oportunidades de trabalho. Cito como exemplos o mel, a farinha, o
pescado, o artesanato etc.
Ou seja, há caminhos para sairmos do
aparentemente invencível ciclo de notícias negativas, inércia
governamental e sofrimentos impostos a milhões de pessoas.
Por Flávio Dino