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29/08/2019

Reflexões sobre a EJA - Educação de Jovens e Adultos

A escola é o espaço onde acontece a socialização, sendo um local de produção de saberes e práticas e que se propõe a contribuir para a formação de um sujeito crítico. Como forma de garantir o cumprimento da Constituição, quando diz que a educação é um direito de todos, foi implantada a EJA – Educação de Jovens e Adultos, modalidade de ensino que visa oportunizar os alunos que retornam aos estudos depois de muitos anos longe deles.

As práticas pedagógicas utilizadas na EJA não são essencialmente diferentes daquelas utilizadas com os alunos do ensino fundamental e médio, pois buscam o desenvolvimento humano, inserindo-o numa perspectiva de política inclusiva e na ascensão social em diferentes esferas. Para a consolidação dos objetivos da escola, enquanto acolhedora dos alunos da EJA, é preciso, antes de tudo, repensar a organização do trabalho pedagógico, a começar pelo currículo, campo complexo de ações, de valores que envolvem múltiplos sujeitos em diferentes instâncias.

Outro elemento de grande importância diz respeito à avaliação, instrumento imprescindível na identificação dos níveis de conhecimentos dos alunos e como anda a assimilação desse conhecimento, visando, logicamente, corrigir possíveis deficiências. Da mesma forma que o currículo deve contemplar os determinados níveis de conhecimentos dos alunos com desigualdades em suas esferas escolares, a avaliação também precisa considerar as individualidades de cada um deles. Talvez seja esta uma das grandes características da Educação de Jovens e Adultos.

Os alunos da EJA se deparam com situações em que é preciso fazer escolhas entre estudar ou sobreviver, e muitos deles não conseguem associar as duas coisas. É preciso, portanto, fazer com que a escola conheça seus alunos e busque, através de políticas sociais inclusivas, meios para permaneçam na escola e consigam conquistar seus objetivos, que é, na maioria das vezes, um diploma, considerado um passaporte para a ascensão social e realização profissional desses educandos.

06/08/2019

Análise do texto "A degradação do verbo", de Carlos Reis



Achei pertinente o texto “a degradação do verbo”, publicado no site Diário de Balsas, na coluna Filospoliticando. Notadamente sem rigor literário, porém bem elaborado, o talentoso autor Carlos Reis faz uma análise sucinta dos discursos dos políticos, entendidos como ferramenta de manipulação da opinião pública. Certamente, o objetivo da retórica (palavra com origem no termo grego rhetorike, que significa a arte de falar bem), é justamente transmitir ideias com convicção. Daí o motivo pelo qual esses discursos políticos são tão convincentes, emocionantes e, muitas vezes, admiráveis.

Para mim, a comunicação falada ou escrita é dotada de subjetivismo e intencionalidade, porque nenhum escritor coloca uma palavra em sua obra por acaso; há uma intenção (causar uma sensação no leitor, por exemplo). Assim, fica evidente que o comunicador utiliza-se de instrumentos da comunicação para alcançar o seu objetivo: distorcer fatos, convencer, discutir, refutar, ofuscar, emocionar, etc. Eis aí a beleza da nossa Língua Portuguesa!

Concordo com o autor do texto quando diz que a Palavra tornou-se arma de polarização, guerra e separatismo. Hoje em dia, o Brasil está dividido politicamente: esquerda x direita, e ambos os lados já têm suas convicções definidas.

O discurso de determinado campo ideológico será degustado não pelo campo ideológico contrário, e sim por aquelas pessoas que estão neutras, isentas, imune a essa briga interna de lados políticos. O efeito disso é devastador: amplia-se a dúvida sobre qual campo ideológico é o correto e aumenta a responsabilidade da Língua Portuguesa por ter causado todo esse tumulto.

Não quero culpar a nossa belíssima e estimada Língua Materna pelos acontecimentos recorrentes no País, pelas injustiças, incertezas e pelo ilusionismo exacerbado de comunicadores – isso exigiria uma análise rigorosa que envolveria diversas áreas que fogem à minha estreita visão de mundo. Quero aqui externar a magnitude da nossa capacidade de comunicação, as variações linguísticas, a belíssima literatura, a exuberante heterogeneidade brasileira...

No mais, reconheço o talento do autor da publicação “A degradação do verbo”, porque, a meu ver, texto bom é aquele que é lido e discutido.

Parabéns, Carlos Reis.

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